Hypomelanosis of Ito: a symptom, not a syndrome

Importância da análise cromossômica dos fibroblastos em casos suspeitos de mosaicismo: experiência de um serviço de Genética Clínica

OBJETIVOS: Verificar características clínicas e achados citogenéticos de pacientes com suspeita de mosaicismo submetidos à avaliação cromossômica por meio do cariótipo por bandas GTG de linfócitos e fibroblastos. MÉTODOS: Realizou-se uma análise retrospectiva dos pacientes avaliados no Serviço de Genética Clínica do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, entre 1975 e 2009, por meio da coleta de dados clínicos e resultados da avaliação citogenética. RESULTADOS: A amostra foi composta de 15 pacientes, seis (40%) do sexo masculino, e idades variando de dez dias a 14 anos. Na análise cromossômica do sangue, alterações foram observadas em quatro pacientes (26,7%), incluindo-se um caso de translocação balanceada [t(2;9)pat] e três de mosaicismo [um caso, respectivamente, de mos 45,X/46,X,+mar; mos 46,XY,r(12)/45,XY,-12/47,XY,r(12),+r(12) e mos 46,XY/47,XY,+9]. Com o objetivo de confirmar ou mesmo identificar um mosaicismo cromossômico, os pacientes foram submetidos posteriormente ao cariótipo de pele. Os principais motivos pelos quais os pacientes com cariótipo do sangue sem mosaicismo apresentaram tal suspeita foram a presença de hemi-hipertrofia (n=5) e de manchas hipocrômicas seguindo as linhas de Blaschko (n=4). Mosaicismo foi confirmado em dois casos e identificado em outros dois (dois casos de mos 46,XX/47,XX,+22). O mos 46,XY/47,XY,+9 não foi verificado no estudo dos fibroblastos. CONCLUSÕES: Os resultados ilustram a variabilidade tecidual característica dos casos de mosaicismo cromossômico, bem como confirmam a importância da avaliação de um segundo tecido para a determinação diagnóstica. Achados clínicos, como assimetria de membros e anomalias pigmentares seguindo as linhas de Blaschko, são fortemente indicativos da presença de mosaicismo.

Hypomelanosis of Ito: clinical syndrome or just phenotype?

The term hypomelanosis of Ito is applied to individuals with skin hypopigmentation along the lines of Blaschko. Even though originally described as a purely cutaneous disease, subsequent reports have included a 33% to 94% association with multiple extracutaneous manifestations mostly of the central nervous and musculoskeletal systems leading to frequent characterization as a neurocutaneous disorder. A number of reports claimed familial occurrence and supported single gene inheritance for hypomelanosis of Ito, but none has been proved. Miscellaneous chromosomal mosaicisms have been demonstrated in some but not all affected individuals. Thus, it has been suggested that hypomelanosis of Ito is not a single condition but rather a nonspecific manifestation (ie, a phenotype) of chromosomal mosaicism and that this term should now be dropped. In this article, we review these developments focusing on the neurologic and genetic aspects of hypomelanosis of Ito. Our personal experience with 41 hypomelanosis of Ito patients and literature review led us to conclude that (1) the term hypomelanosis of Ito has been often misapplied to individuals with nonspecific "patchy depigmentation of the skin" who had several conditions of different etiologies; (2) the white matter involvement seen at neuroimaging in most of our hypomelanosis of Ito patients was similar to that reported in well-defined neurocutaneous disorders, including Sjögren-Larsson syndrome and incontinentia pigmenti; (3) whatever figures we take for associated central nervous system abnormalities in hypomelanosis of Ito, these represent the most frequent extracutaneous findings and, therefore, the use of the term neurocutaneous disorder for hypomelanosis of Ito might well be appropriate.