Parenting cultural models of a group of mothers from Rio de Janeiro

Autonomia-Relacionada como Tendência do Desenvolvimento do Self: Novas Evidências em um Contexto Brasileiro

RESUMO Estudos brasileiros sobre as trajetórias de desenvolvimento do self, em sua maioria com mães de crianças pequenas, indicam predominância do modelo de autonomia-relacionada (AR). Visando ampliar a investigação dessa tendência, foram realizados dois estudos: (a) com avós(ôs), mães, pais e filhos (16-25 anos) e (b) quatro grupos de cuidadoras de crianças com até um ano, com níveis de escolaridade diversos, selecionados não aleatoriamente. Observamos predomínio de características de self AR para todos os participantes. O efeito da escolaridade sobre autonomia foi confirmado para os pais, a AR de pais e filhos (estudo 1), e de mães (estudo 2). Mães criadas no Rio de Janeiro (capital) apresentaram maiores escores de autonomia. A consistência familiar de modelo de self autônomo-relacionado foi evidenciada.

Influência ambiental para a (in)dependência da criança cega: perspectiva da família

Objetivo: compreender a influência dos ambientes onde a criança cega vive no exercício da sua (in)dependência na perspectiva da família. Método: realizou-se pesquisa qualitativa no segundo semestre de 2011, com dez mães de crianças cegas atendidas em um Centro de Educação Complementar para Deficientes Visuais. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e analisados pela Análise Temática. Interpretação: no ambiente domiciliar, o potencial de independência da criança cega é maior. Nele, a criança desempenha suas atividades diárias sem necessidade de auxílio. Quanto ao ambiente da escola convencional, a família referiu que a cegueira pode prejudicar o processo de ensino-aprendizagem e comprometer o processo educativo das crianças cegas. A família se organiza para ajudar a criança nas tarefas para que ela consiga acompanhar as outras crianças na escola. No entanto, referiram que elas sofrem discriminação e preconceito na escola devido à cegueira. Conclusões: concluiu-se que os ambientes domiciliar e escolar são sistemas de suporte e influenciam a independência humana, bem como necessitam ser repensados e reorganizados para favorecer a criança cega. Cabe aos profissionais da enfermagem a orientação adequada da família e os profissionais da escola, na qual se capacite a criança cega para o autocuidado, a mobilidade e a função social, o que possibilitaria sua independência.

Brazilian mothers' description of their children: dimensions of autonomy and relatedness

Development of the self is oriented according to cultural models, such as: interdependent, independent, and autonomous-related. This study aimed to investigate how Brazilian mothers describe their children and the presence of autonomy and relatedness in their descriptions. Ninety-four mothers with children with ages ranging from 17 to 22 months were interviewed. The results indicate that mothers valued children being intelligent, active, loving and caring. Children were described with more positive than negative temperament characteristics. No significant difference was observed between the proportion of descriptors in the Independence and Relatedness category. This indicates a tendency towards an autonomous-related model, corroborating evidence of previous Brazilian studies. The present study brings evidence to socialization trajectories of Brazilian mothers and contributes to the literature on parental beliefs.

Dimensions of familial allocentrism in Brazilian mothers from state capitals and small cities

This study focuses on 606 Brazilian women's cultural models regarding their relation with their family, as evaluated by the Family Allocentrism Idiocentrism Scale (FAS). The scale was translated into Portuguese, submitted to back-translation and adapted. Analyses of the scale's structure indicated that the best fit model involves two independent factors. Univariate GLM (General Linear Model) analyses showed that the place where mothers were raised presented a significant effect on their scores on factor 1 (normative familial allocentrism). Mothers raised on rural areas have higher scores on this factor, than the ones raised on urban areas. The opposite occurred with factor 2 (relational familial allocentrism). The set of evidences indicate that the FAS may be a bi-dimensional measure. One dimension would be part of a more stable and basic model of relation to family, constructed during development. The second dimension would be related to more recent experiences and would be more readily affected by socio-cultural context changes, including in acculturation processes.

Autonomy and Interdependence: Beliefs of Brazilian Mothers from State Capitals and Small Towns

This study aimed to investigate characteristics of Brazilian mothers' beliefs system, in the dimensions of autonomy and interdependence. A group of 600 women, half from state capitals and half from small towns, participated in the study. They were individually interviewed with Scales of Allocentrism, Beliefs about Parental Practices and Socialization Goals. Paired and Independent samples t tests and Multivariate GLM were performed. The results indicate that although mothers from both contexts value autonomy, mothers inhabiting small towns considered the relational dimension as the most important; whereas mothers inhabiting capitals valued equally both dimensions, either in their beliefs about practices or in the socialization goals for their children. Mothers from small towns have a higher mean score for allocentrism than mothers living in capitals. Thus, place of residence proved to be a relevant variable in the modulation of maternal beliefs. Educational level was not a significant factor in the variables considered and with this group of mothers. The study results are discussed in terms of their contribution to the understanding of the complex relationship between dimensions of autonomy and interdependence in mothers' beliefs system.