Abortion and sex-related conditions in substance-dependent Brazilian patients

Therapeutic termination of pregnancy and women's mental health: Determinants and consequences

The therapeutic termination of pregnancy (TToP) is an induced abortion following a diagnosis of medical necessity. TToP is applied to avoid the risk of substantial harm to the mother or in cases of fetal unviability. This type of induced abortion is provided after the second semester of gestation if fetal illness or the pregnancy cause physical danger or pathological mental distress to the mother. Socio-cultural and economic determinants could influence the desire for children and family planning in couples, as well as the use of effective contraception and the choice to perform an induced abortion. Also, pre-existing mental health problems could affect the decision between carrying on a problematic pregnancy or having TToP. Furthermore, the TToP is a reproductive event with an important traumatic burden, but also with an intrinsic therapeutic effect and it can produce different psychological and psychopathological effects on women and couples. The aim of this review is to evaluate what demographic, reproductive and psychopathological determinants are involved in the choice of undergoing a TToP in women. Also, we will examine both positive and negative consequences of this procedure on women's mental health, underlying which factors are related to a worse outcome in order to provide the best clinical support to vulnerable groups.

Aborto inseguro no Brasil: revisão sistemática da produção científica, 2008-2018

O objetivo deste estudo é atualizar o conhecimento sobre o aborto inseguro no país. Foi realizada uma revisão sistemática com busca e seleção de estudos via MEDLINE e LILACS, sem restrição de idiomas, no período 2008 a 2018, com avaliação da qualidade dos artigos por meio dos instrumentos elaborados pelo Instituto Joanna Briggs. Foram avaliados 50 artigos. A prevalência de aborto induzido no Brasil foi estimada por método direto em 15% no ano de 2010 e 13% no ano de 2016. Prevalências mais elevadas foram observadas em populações socialmente mais vulneráveis. A razão de aborto induzido por 1.000 mulheres em idade fértil reduziu no período 1995-2013, sendo de 16 por 1.000 em 2013. Metade das mulheres referiu a utilização de medicamentos para a interrupção da gestação e o número de internações por complicações do aborto, principalmente complicações graves, reduziu no período 1992-2009. A morbimortalidade materna por aborto apresentou frequência reduzida, mas alcançou valores elevados em contextos específicos. Há um provável sub-registro de óbitos maternos por aborto. Transtornos mentais comuns na gestação e depressão pós-parto foram mais frequentes em mulheres que tentaram induzir um aborto sem sucesso. Os resultados encontrados indicam que o aborto é usado com frequência no Brasil, principalmente nas regiões menos desenvolvidas e por mulheres socialmente mais vulneráveis. O acesso a métodos mais seguros provavelmente contribuiu para a redução de internações por complicações e para a redução da morbimortalidade por aborto. Entretanto, metade das mulheres ainda recorre a outros métodos e o número de internações por complicações do aborto é ainda elevado.