O desafio da aplicação da metodologia de captura-recaptura na vigilância do diabetes mellitus em idosos: lições de uma experiência no Brasil

Análise da cobertura do Sistema de Informações sobre Mortalidade em Olinda, Pernambuco, Brasil

Neste trabalho, analisa-se a cobertura do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) em Olinda, Pernambuco, Brasil, no ano de 2008. O estudo envolveu dados secundários sobre óbitos não fetais de residentes do município obtidos do SIM e dados primários da pesquisa Busca Ativa de Óbitos e Nascimentos no Nordeste e Amazônia Legal, que coletou os eventos em múltiplas fontes e localizou óbitos não informados ao sistema. A cobertura foi representada pela proporção de óbitos constantes no SIM em relação ao total informado (SIM + busca ativa). O estudo identificou 94,8% de cobertura e observou a importante contribuição dos cartórios para o conhecimento dos óbitos ausentes no SIM. Desses, 29,7% ocorreram em estabelecimentos de saúde; 49% ocorreram em domicílio e foram atestados por médicos particulares; e 25,5% do total de óbitos localizados foram atestados pelo IML. O método aplicado permitiu identificar a cobertura do SIM em município de região metropolitana. Apesar da pequena proporção de óbitos ausentes no SIM, o estudo sinalizou problemas relacionados à coleta e fluxo.

Quality assessment of capture-recapture studies in resource-limited countries

OBJECTIVES

Resource-limited countries often lack robust routine surveillance systems to accurately assess the burden of human attributes and diseases. In these settings capture-recapture analysis can be an alternative tool to obtain prevalence and incidence rates. Performance of capture-recapture analyses in resource-limited countries has not been systematically reviewed.

METHODS

Systematic review of the performance of capture-recapture analyses in the categories of human attributes, non-infectious and infectious diseases in resource-limited countries, assessing individual study quality criteria and a minimum quality criterion per category, using PRISMA methodology.

RESULTS

A total of 1671 potentially relevant PubMed citations were screened, resulting in 52 eligible publications: 36% in human attributes, i.e. hidden populations, injuries and mortality; 48% in non-infectious and 15% in infectious disease categories. Twenty-one per cent of selected studies were from low income countries, 40% from lower-middle-income countries and 38% from upper-middle-income countries. Thirteen per cent achieved good individual study quality criteria, 25% were intermediate and 19% were poor. Of the good studies, six were performed on human attributes and one on a non-infectious disease. The proportions of publications meeting the minimum quality criterion per category were 42%, 20% and 37%, respectively.

CONCLUSIONS

Few capture-recapture studies in resource-limited countries achieved good individual quality criteria and a minority met the minimum quality criterion per category. Capture-recapture techniques in these settings should be carefully considered and implemented rigorously and are not a panacea for strengthening of routine surveillance systems.

Aplicação da metodologia de relacionamento probabilístico de base de dados para a identificação de óbitos em estudos epidemiológicos

A crescente disponibilidade de dados de abrangência nacional, organizados em distintos sistemas de informação, requer o desenvolvimento de metodologias para o relacionamento de variáveis constantes em diferentes bases de dados. Este artigo descreve e analisa a metodologia utilizada no relacionamento das bases de dados nacionais do Sistema de Informação de Beneficiários (planos privados de assistência à saúde) e do Sistema de Informação de Mortalidade. Foram analisados os registros de óbitos e os registros de beneficiários no ano de 2004, identificando-se 92.566 óbitos em beneficiários de planos privados de saúde. O rigor na especificidade, em detrimento da sensibilidade do método empregado, não gerou vieses de seleção que pudessem comprometer as análises resultantes. A razão de mortalidade padronizada aponta a subestimação do número de óbitos, além de evidenciar diferenças no risco de morte entre as populações analisadas; no entanto, as diferentes situações de vida e saúde a que estão expostas podem ter interferido nos resultados.